sábado, 19 de dezembro de 2015

MUITAS SÃO AS PESSOAS QUE SÃO FERIDAS POR PESSOAS QUE SÓ PRESTAM PARA JULGAR.




                Encontraremos essa frase em Isaías 58:9:
                               O ESTENDER DO DEDO,
                                         Isaías 58:9-12 
“Então clamarás, e o SENHOR te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente; E se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam. E os que de ti procederem edificarão as antigas ruínas; e levantarás os fundamentos de geração em geração; e chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar.”
Muitas são as promessas do Senhor àqueles que fizerem as coisas descritas nos versículos 9-10. Destas coisas, uma que chamou minha atenção recentemente e que eu quero abordar hoje é o “apontar o dedo”. Esta frase me traz a mente um acusador falando no tribunal e apontando o dedo ao acusado.

1. Mateus 7:1-5

Em relação ao julgamento de outros, o Senhor disse em Mateus 7:1-5:
Mateus 7:1-5 
Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.”
Muitos de nós estamos olhando para esses pontos negativos, para os “ciscos” que cada um carrega. Em vez de vermos nossas próprias fraquezas, que às vezes pode ser uma trave, estamos apontando nosso dedo para o cisco de outros... Provavelmente porque nós mesmos nos achamos perfeitos, tal e qual se achava perfeito o Fariseu no evangelho de Lucas 18:
Lucas 18:9-14 
“E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.”
Quando, assim como o Fariseu, colocamos nossa confiança em nós mesmos, desprezamos os demais. Olharemos para as outras pessoas de cima para baixo, exaltando-nos. Contudo, Jesus não fez assim. Quando eles trouxeram até Ele a mulher que foi apanhada em adultério, pedindo-lhe a aprovação para apedrejá-la, ele respondeu:
João 8:7 
Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.”
e então, quando os acusadores a deixaram, ele disse à mulher:
“Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.”
Deus não deseja a condenação do pecado, mas seu arrependimento; para “ir e não pecar mais”.
Voltando para nossa realidade agora: como vemos nosso próximo? Os vemos como nós mesmos ou o vemos com o olhar superior como o fariseu que olhava para o publicano?

2. Romanos 14

Em Romanos 14, a Palavra de Deus fala sobre o caso de um irmão que julga o outro “fraco na fé”:
Romanos 14:1-4 
“Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas. Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.”
Novamente vemos a palavra “desprezar”. O fariseu desprezou o publicano. Da mesma forma, muitas vezes, quando achamos que alguém não é forte na fé como nós, desprezamos essa pessoa. Mesmo se não manifestamos isso em alta voz, o fazemos por pensamentos, por nossa “disputa duvidosa”, a qual, cedo ou tarde será manifestada em palavra.
Por outro lado, às vezes pode ser o fraco na fé que julga os outros que são mais fortes que eles. Um exemplo disto encontra-se em Marcos 6:1-6. Nesta passagem encontramos Jesus chegando à sua terra natal.
Marcos 6:1-4, 6 
“E, partindo dali, chegou à sua pátria, e os seus discípulos o seguiram. E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo: De onde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe foi dada? e como se fazem tais maravilhas por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele. E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa... E estava admirado da incredulidade deles.
As pessoas da cidade de Jesus recusavam a aceitar alguém que até ontem estava trabalhando como um simples carpinteiro e costumava ir a sinagogas como os demais, voltasse agora como Mestre, como Messias por meio de quem Deus estava operando grandes milagres. “Ele devia permanecer como todos nós”. Ensinar é apenas para os fariseus. O que é isto que ele está fazendo? Poderíamos ouvi-los murmurando.
O que aconteceu a Jesus acontece hoje também. Meu coração sente-se com todos estes servos de Deus que possam ter sido abusados, criticados severamente com palavras amargas e especialmente rejeitados pelos demais irmãos com os quais mantinha uma amizade de anos. Por quê? Quando Deus os chamou e eles obedeceram, os outros não podiam aceitar. “como você pode fazer isto? Você tem as credenciais? Como você pode ensinar ou levar as pessoas a fazerem isto ou aquilo se nem sequer tem um diploma teológico, nem sequer cursou tal seminário ou “ordenação”?” Se Jesus fosse um fariseu graduado em um seminário de rabinos, provavelmente as pessoas da cidade não lhe causariam problemas. Mas agora, eles não podiam sequer tolerar as coisas extraordinárias que Deus estava fazendo através de alguém que estava fora dos padrões que eles consideravam normal.
Desejaríamos que isto não fosse verdade, mas as palavras do Senhor confirmam: “Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa.” Quando Deus lhe chama para algo novo, extraordinário para os demais, pode ser que aqueles que lhe seguiam – seus familiares – se ofendam. Em vez de apoiá-lo, como se era de esperar, você pode encontrar rejeição. Lembrem-se então meus amigos as palavras do Senhor; coloque seu coração em Suas mãos. Em toda circunstância perdoe e esqueça qualquer amargura, e siga a Deus que o chamou. Foi Ele quem lhe ordenou. Submeta-se a Ele e não a qualquer comentário de julgamento de qualquer homem que possa querer controlá-lo.
Voltando a Romanos 14, a Palavra responde a esse comportamento de quem julga com uma pergunta: “Quem és tu, que julgas o servo alheio?”e continua.
Romanos 14:10-13 
Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão.”
Tiago 4:11-12 
“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um legislador que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?”
Julgar o outro irmão não compete a nós. Portanto, quando sentirmos vontade de apontar o dedo para alguém, façamos a nós mesmos as seguintes perguntas:
“Quem és tu, que julgas o servo alheio?” (Romanos 14:4)
“Mas tu, porque julgas teu irmão?” (Romanos 14:10)
“Ou por que desprezas teu irmão?” (Romanos 14:10)
“Tu, porém, quem és, que julga a outrem?” (Tiago 4:12)
Eu creio que elas são suficientes para colocar nosso dedo de volta ao seu lugar.
Fechando este artigo, eu preciso esclarecer algo para evitar uma má interpretação: o que foi estudado acima de maneira alguma significa que devemos ignorar o pecado do irmão, sob a pretensão de não querermos julgá-lo. A frase “quem é tu para julgar teu irmão” não quer dizer que devemos aceitar apáticos os comportamentos pecaminosos na Igreja. Veja por exemplo 1 Coríntios 5:1-3.
“Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu pai. Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação. Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei (como se estivesse presente) que o que tal ato praticou.”
O artigo “O que fazer “se seu irmão pecar contra vós” (Lucas 17:3-4)” lida com este assunto mais intensamente. O versículo “não julgueis uns aos outros” que se encontra em Romanos 14:13 se refere a julgar o irmão que não está em pecado (“comendo legumes” (Romanos 14:1) e não comida sólida), apenas porque essas práticas diferem das nossas. De maneira semelhante que o Senhor disse em Mateus 7 não significa que o cisco no olho do seu irmão deve ser ignorado, de maneira geral, porque...não devemos julgar. Como ele mesmo esclareceu: “Tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” (Mateus 7:5), isto é, você não pode ajudar seu irmão com seu cisco se você tem uma trave em seu olho! Em geral, a mensagem é: “cuidado com o que diz a seu irmão. Não fale nada de mal contra ele. Se suas ações são diferentes da sua, mas ele não está em pecado, não pode julgá-lo. De toda maneira sempre se vigie a si mesmo primeiro e remova o que possa estar em seu olho. Então será capaz de ver claramente o que está no olho do irmão e ajudá-lo com seu cisco. Isto não significa ser indiferente ou ignorar suas práticas pecaminosas. Tais práticas precisam se julgadas, trazidas à luz e assim possam ser mudadas.”

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